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Rui Goes Ferreira, arquitecto |
Sobre Rui Goes Ferreira apresenta um arquitecto cuja obra teve extrema relevância na
caracterização da arquitectura que se desenvolveu no arquipélago da Madeira nos
anos 60 e 70. Hoje a sua memória mantém-se quase em esquecimento e a obra
também ela quase inédita.
Rui
Goes Ferreira nasceu no Funchal a 8 de Novembro de 1926 e a sua actividade
profissional fixou-se inteiramente entre as ilhas da Madeira e Porto Santo.
O
arquitecto criou no Funchal um atelier-escola singular, que procurava a
colaboração de arquitectos não locais na descoberta de novas abordagens e
soluções, que romperam com os estigmas do isolamento de uma ilha no atlântico.
No período de vinte anos a sua prática profissional foi intensa e incessante.
Pela qualidade da sua obra e pela influência que teve no meio e produção local,
Rui Goes Ferreira foi, a par do arquitecto Raúl Chorão Ramalho, uma personagem
maior da arquitectura na Madeira nos anos 60 e 70.
Em
1978, o seu falecimento imprevisto deixou todo o seu espólio exposto à
“erosão”, durante mais de 30 anos, e sem continuidade.
Até
à data, foram omitidas referências à sua obra em todas as publicações sobre a
arquitectura na Madeira (tirando publicações muito pontuais). Talvez este facto
se deva pela pouca abertura do meio, por uma escassa produção académica e
científica, e pela inexistência de uma crítica da especialidade na ilha da
Madeira no período que se seguiu à revolução. Momento que praticamente
coincidiu com o seu desaparecimento e em que outros valores se sobrepuseram
numa mudança radical da sociedade madeirense, esquecendo-se assim o legado e o
valor da sua arquitectura.
Em
2009, os seus descendentes iniciaram, por fim, um trabalho de identificação e
levantamento das obras. Temporariamente interrompido o trabalho ressurge em
2015 com um estudo e reflexão pioneiros sobre o legado de Rui Goes Ferreira.
Neste
momento, reúne-se a motivação e oportunidade de continuar o processo,
assegurando a protecção e divulgação do legado em questão, de
modo a incorporar o seu nome no debate da arquitectura portuguesa do século XX.
Madalena
Vidigal